Em sua origem, o projeto Educação + Digital foi concebido como tentativa de frear a evasão de alunos que começou a ser percebida na rede municipal logo que foi decretada a paralisação das aulas presenciais.
Além de restabelecer a comunicação entre pais, alunos e as escolas, o projeto promoveu uma inclusão digital que se mostrou urgente quando a educação teve de migrar para o ambiente online, e se transformou em caso de sucesso e legado dos tempos de pandemia da covid-19.
Por meio da soma de esforços de seis organizações sem fins lucrativos, o Educação + Digital viabilizou a entrega de tablets e chips de acesso à internet para quase 3 mil alunos e professores de 28 escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro.
Os recursos para a compra dos equipamentos vieram tanto por meio de doações de pessoas físicas, quanto de instituições e empresas – Instituto Dynamo, Credit Suisse, Casas Bahia e Instituto Phi.
Durante o período de distanciamento social, os tablets ficaram com os alunos para o estudo e as tarefas de casa. Além de permitir que as crianças acompanhassem as aulas, os equipamentos introduziram a tecnologia na rotina de famílias que, até ali, não a enxergavam como veículo de estudo e pesquisa.
O sucesso do projeto foi comprovado por uma pesquisa conduzida pelo Instituto da Criança junto a mais de 2500 alunos beneficiados pelo Educação + Digital: quase 7 em cada 10 disseram que os tablets os ajudaram muito.
E os benefícios do Educação + Digital se estenderam ao corpo docente das escolas. Os tablets permitiram que professores mantivessem o contato com os alunos, em atividades síncronas ou assíncronas, e foi o instrumento para que muitos deles, ainda reticentes com o uso de tecnologia, aderissem de vez à chamada escola do século XXI.
Em novembro passado, com a volta ao formato presencial, os tablets passaram a ficar nas escolas, que adquiriram carrinhos para guarda, transporte e recarga dos equipamentos.
Como quase todas as escolas apoiadas pela Parceiros passaram a contar com internet de alta velocidade, a partir de uma parceria feita com o Instituto Escola Conectada, os chips não são mais necessários.
Eles foram mantidos apenas pelo CIEP Presidente Agostinho Neto, cujos alunos ainda levam os tablets para casa, e pela Escola Municipal Anne Frank, onde é difícil acessar a rede.
Além de cumprir o propósito original, o Educação + Digital deixa como legado, para alunos, a inclusão no universo da tecnologia, e, para professores, uma quebra definitiva de paradigma na forma como transmitem o conhecimento.